PROMOÇÕES VOLTA AS AULAS - - - - - SEJAM BEM VINDOS! A PAPELARIA TEEC JESUS. TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE. (Filipense, 4-13)

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Cultura


Geraldo Mousinho - o Mestre da Artes - "Sou um poeta inspirado em DEUS desde criança que vivo da música e da cultura".

Poesia não é coisa
que se paga com a mão
nem se acha no caminho
nem escavando o chão
a natureza coloca 
na nossa imaginação.

No mundo existe de tudo
eu não sou conhecedor
pois me diga aonde é
que mora esse professor
quem ensina a poesia
da diploma a cantador.

A poesia é uma rosa
disso eu tenho certeza
lá no centro do jardim
é completa de beleza
é a flor mais perfumada
do jardim da natureza.

Lista de Cordéis do Poeta Geraldo Mousinho

01
Você só vale o que tem
02
Política e corrupção
03
O mal da humanidade
04
O rombo da Petrobras
05
Só dou valor o que é bom
06
Alcoólicos Anônimos
07
O pecador não é nada
08
Aos artistas de Jacaraú
09
Coisa boa é ser prefeito
10
Diga não as drogas
11
Posição ou dinheiro
12
O mundo que nós vivemos
13
O homem e a natureza
14
O mundo do celular
15
Uma homenagem a Jackson do bandeiro
16
Promessa de candidato
17
A vida de são Simão
18
Você tem problema?
19
Pobre revoltado
20
Cordel Velho
21
A vida e o tempo
22
Debate do pastor e o padre
23
Agradecimento a Deus
24
Sexo, fábula e religião
25
Provérbios e ditado popular
26
Dicionário do Amor
27
As plantas curam


Você só vale o que tem.
Autor: Geraldo Mousinho

O Brasil é muito rico
Porque tem tanta pobreza?
Pra muitos é sobrando pão
E muitos sem o pão na mesa
É tanta gente sem nada
E poucos com tanta riqueza

Todo mundo fosse rico
Quem botaria um roçado?
Rico ia limpar mato?
Cortar de foice e machado?
Rico só quer posição
Dinheiro, fazenda e gado.

Existe um velho ditado
Na terra vale quem tem
Todo mundo lhe abraça
Quando a pessoa vai bem
O mundo é do mais esperto
E ninguém não é de ninguém...


POLÍTICA E CORRUPÇÃO
Autor: Geraldo Mousinho

Eu vou falar para o povo
Da política brasileira
Tá de pior a pior
Veja aí a bagaceira
Todo mundo quer ser bom
Ser ruim não tem quem queira

O roubo da Petrobrás
Mensalinho, mensalão
Desvia dinheiro público
Não tem ninguém na prisão
Será que não chega o fim
 Da triste corrupção  

Vice prefeito se vende
E vereador também
O vice leva duzentos
Vereador leva cem
Tem dinheiro pra esse povo
Mas pra cultura não tem...

Se quiser falar comigo
Ligue pra meu celular
8667
Deu pra você decorar
Disque 4811
Pra ligação completar

 8817
É bom prestar atenção
3184
Completou a ligação
Esse é o de Ginaldo
O poeta campeão.




CORDÉIS

Antonio Francisco  

OS SETE CONSTITUINTES

Quem já passou no sertão
E viu o solo rachado,
A caatinga cor de cinza,
Duvido não ter parado
Pra ficar olhando o verde
Do juazeiro copado.

E sair dali pensando:
Como pode a natureza
Num clima tão quente e seco,
Numa terra indefesa
Com tanta adversidade
Criar tamanha beleza.

O juazeiro, seu moço,
É pra nós a resistência,
A força, a garra e a saga,
O grito de independência
Do sertanejo que luta
Na frente da emergência.

Nos seus galhos se agasalham
Do periquito ao cancão.
É hotel do retirante
Que anda de pé no chão,
O general da caatinga
E o vigia do sertão.

E foi debaixo de um deles
Que eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.

Isso já faz tanto tempo
Que eu nem me lembro mais
Se foi pra lá de Fortim,
Se foi pra cá de Cristais,
Eu só me lembro direito
Do que disse os animais.

Eu vinha de Canindé
Com sono e muito cansado,
Quando vi perto da estrada
Um juazeiro copado.
Subi, armei minha rede
E fiquei ali deitado.

Como a noite estava linda,
Procurei ver o cruzeiro,
Mas, cansado como estava,
Peguei no sono ligeiro.
Só acordei com uns gritos
Debaixo do juazeiro.

Quando eu olhei para baixo
Eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.

O porco dizia assim:
– “Pelas barbas do capeta!
Se nós ficarmos parados
A coisa vai ficar preta...
Do jeito que o homem vai,
Vai acabar o planeta.

Já sujaram os sete mares
Do Atlântico ao mar Egeu,
As florestas estão capengas,
Os rios da cor de breu
E ainda por cima dizem
Que o seboso sou eu.

Os bichos bateram palmas,
O porco deu com a mão,
O rato se levantou
E disse: – “Prestem atenção,
Eu também já não suporto
Ser chamado de ladrão.

O homem, sim, mente e rouba,
Vende a honra, compra o nome.
Nós só pegamos a sobra
Daquilo que ele come
E somente o necessário
Pra saciar nossa fome.”

Palmas, gritos e assovios
Ecoaram na floresta,
A vaca se levantou
E disse franzindo a testa:
– “Eu convivo com o homem,
Mas sei que ele não presta.

É um mal-agradecido,
Orgulhoso, inconsciente.
É doido e se faz de cego,
Não sente o que a gente sente,
E quando nasce e tomando
A pulso o leite da gente.

Entre aplausos e gritos,
A cobra se levantou,
Ficou na ponta do rabo
E disse: – “Também eu sou
Perseguida pelo homem
Pra todo canto que vou.

Pra vocês o homem é ruim,
Mas pra nós ele é cruel.
Mata a cobra, tira o couro,
Come a carne, estoura o fel,
Descarrega todo o ódio
Em cima da cascavel.

É certo, eu tenho veneno,
Mas nunca fiz um canhão.
E entre mim e o homem,
Há uma contradição
O meu veneno é na presa,
O dele no coração.

Entre os venenos do homem,
O meu se perde na sobra...
Numa guerra o homem mata
Centenas numa manobra,
Inda tem cego que diz:
Eu tenho medo de cobra.”

A cobra inda quis falar,
Mas, de repente, um esturro.
É que o rato, pulando,
Pisou no rabo do burro
E o burro partiu pra cima
Do rato pra dar-lhe um murro.

Mas, o morcego notando
Que ia acabar a paz,
Pulou na frente do burro
E disse: – “Calma, rapaz!...
Baixe a guarda, abra o casco,
Não faça o que o homem faz.”

O burro pediu desculpas
E disse: – “Muito obrigado,
Me perdoe se fui grosseiro,
É que eu ando estressado
De tanto apanhar do homem
Sem nunca ter revidado.”

O rato disse: – “Seu burro,
Você sofre porque quer.
Tem força por quatro homens,
Da carroça é o chofer...
Sabe dar coice e morder,
Só apanha se quiser.”

O burro disse: – “Eu sei
Que sou melhor do que ele.
Mas se eu morder o homem
Ou se eu der um coice nele
É mesmo que estar trocando
O meu juízo no dele.

Os bichos todos gritaram:
– “Burro, burro... muito bem!”
O burro disse: – “Obrigado,
Mas aqui ainda tem
O cachorro e o morcego
Que querem falar também.”

O cachorro disse: – “Amigos,
Todos vocês têm razão...
O homem é um quase nada
Rodando na contramão,
Um quebra-cabeça humano
Sem prumo e sem direção.

Eu nunca vou entender
Por que o homem é assim:
Se odeiam, fazem guerra
E tudo o quanto é ruim
E a vacina da raiva
Em vez deles, dão em mim.”

Os bichos bateram palmas
E gritaram: – “Vá em frente.”
Mas o cachorro parou,
Disse: – “Obrigado, gente,
Mas falta ainda o morcego
Dizer o que ele sente.”

O morcego abriu as asas,
Deu uma grande risada
E disse: – “Eu sou o único
Que não posso dizer nada
Porque o homem pra nós
Tem sido até camarada.

Constrói castelos enormes
Com torre, sino e altar,
Põe cerâmica e azulejos
E dão pra gente morar
E deixam milhares deles
Nas ruas, sem ter um lar.”

O morcego bateu asas,
Se perdeu na escuridão,
O rato pediu a vez,
Mas não ouvi nada, não.
Peguei no sono e perdi
O fim da reunião.

Quando o dia amanheceu,
Eu desci do meu poleiro.
Procurei os animais,
Não vi mais nem o roteiro,
Vi somente umas pegadas
Debaixo do juazeiro.

Eu disse olhando as pegadas:
Se essa reunião
Tivesse sido por nós,
Estava coberto o chão
De piubas de cigarros,
Guardanapo e papelão.

Botei a maca nas costas
E saí cortando o vento.
Tirei a viagem toda
Sem tirar do pensamento
Os sete bichos zombando
Do nosso comportamento.

Hoje, quando vejo na rua
Um rato morto no chão,
Um burro mulo piado,
Um homem com um facão
Agredindo a natureza,
Eu tenho plena certeza:
Os bichos tinham razão




AQUELA DOSE DE AMOR
Antônio Francisco

Um certo dia eu estava
Ao redor da minha aldeia
Atirando nas rolinhas
Caçando rastros na areia
Atrás de me divertir
Brincando com a vida alheia.

Eu andava mais na sombra
Devido ao sol muito quente
Quando vi uma juriti
Bebendo numa vertente
Atirei ela voou
Mas foi cair lá na frente.

Carreguei a espingarda
Saí olhando pro chão
Procurando a juriti
Nos troncos do algodão
Quando surgiu um velhinho
Com um taco de pão na mão

O velho disse: - Senhor
Não quero lhe ofender
Mas se está com tanta fome
E não tem o que comer
Mate a fome com este pão
Deixe este pássaro viver !

Eu disse: - Muito obrigado
Pode guardar o seu pão
Eu gasto mais do que isto
Com a minha munição
Eu mato só por prazer
Eu caço por diversão.

O velho disse: - É normal
Esse orgulho do senhor
E todo esse egoísmo
Que tem no interior
É porque falta em seu peito
Aquela dose de amor.

Se eu tivesse botado
Ela no seu coração
Você jamais mataria
um pardal sem precisão
nem dava um tiro num pato
apenas por diversão.

Eu fiquei muito confuso
com as frases do ancião
aquelas suas palavras
tocaram meu coração
derrubando o meu orgulho
e a vaidade no chão.

Vali-me da humildade
E disse perdão senhor
desculpe a minha arrogância
mas lhe peço por favor
que me conte esta historia
sobre essa dose de amor

O velho disse: - Pois não
Vou explicar ao senhor
Porque mesmo sem querer
Sou o maior causador
De hoje em dia o ser humano
Ser tão carente de amor.

Isso tudo aconteceu
há muitos séculos atrás
quando meu pai fez o mundo
terras, mares, vegetais
me pediu prá lhe ajudar
no último dos animais.

Pai me disse:-Filho eu fiz
da formiga ao pelicano
botei veneno na cobra
bico grande no tucano
agora estou terminando
este animal ser humano.

Mas ficou meio sem graça
este animal predador
o couro não deu prá nada
a carne não tem sabor
na cabeça tem juízo
Mas no peito pouco amor.

Por isto que eu lhe chamei
prá você lhe consertar
botar mais amor no peito
lhe ensinar a amar
e tirar desta cabeça
o desejo de matar.

Depois disse: - Filho vá
amanhã lá no quintal
na casa dos sentimentos
perto do pote do mal
traga uma dose de amor
e bote nesse animal.

De manhã eu fui buscar
aquela dose sozinho
mas na volta eu me entreti
brincando com um passarinho
perdi a dose de amor
numa curva do caminho.

Quando eu notei que perdi
voltei correndo prá trás
procurei por todo canto
mas cadê eu achar mais
aí eu fiz a loucura
que toda criança faz.

Voltei peguei outra dose
igualzinha a do amor
o vidro da mesma altura
o rótulo da mesma cor
cheguei em casa e botei
no peito do predador.

Mas logo no outro dia
meu pai sem querer deu fé
do animal ser humano
chutando um sapo com o pé
e no outro ele mangando
dos olhos do caboré.

Vendo aquilo pai chorou
ficou triste e passou mal
me chamou e disse: - Filho
o bicho não ta normal
o que foi que você botou
no peito desse animal ?

Quando eu contei a verdade
de tudo aquilo que eu fiz
pai disse tremendo a voz
eu sei que você não quis
mas você botou foi ódio
no peito desse infeliz !

Esse bicho inteligente
com esse ódio profundo
com pouco amor nesse peito
não vai parar um segundo
enquanto não destruir
a ultima célula do mundo.

Depois daquelas palavras
chorei como um santo chora
quando foi a meia noite
eu saí de porta afora
e nunca mais eu pisei
na casa que papai mora.

Daquele dia prá cá
é essa a minha pisada
procurando aquela dose
em todo canto de estrada
pois sem ela o ser humano
prá meu pai não vale nada.

Sem ela vocês humanos
não sabem dar sem pedir
viver sem hipocrisia
ficar por traz sem trair
nem distante do poder
nem discursar sem mentir.

Sem ela vocês trucidam
e batizam os crimes seus
na era medieval
queimaram bruxos e ateus
e perseguiram os hereges
usando o nome de Deus.

Sem ela foram prá África
e fizeram a escravidão
com grilhões do preconceito
escravizaram o irmão
Com a espada na cintura
e uma bíblia na mão.

O velho disse: - Perdoe
ter tomado o tempo seu
consertar vocês humanos
é um problema só meu
aí o velho sumiu
do jeito que apareceu.

E eu fiquei ali em pé
coçando o queixo com a mão
pensando se era verdade
as frases do ancião
ou se tudo aquilo era fruto
de minha imaginação.

E naquele mesmo instante
vi passando na estrada
a juriti que eu chumbei
com uma asa quebrada
mas não tive mais coragem
de atirar na coitada.

Joguei fora a espingarda
voltei olhando pro chão
procurando aquela dose
nos troncos do algodão
prá guarda-la com carinho
dentro do meu coração.

Se acaso algum de vocês
tiverem a felicidade
de encontrarem aquela dose
eu peço por caridade
Derramem todo o sabor
Daquela dose de amor
No peito da humanidade.

Biografia
É filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo. Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta popular, cordelista, xilógrafo e compositor, ainda confecciona placas. Aos 46 anos, muito tardiamente, começou sua carreira literária, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades. Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem. Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

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